Quando decidi remontar minha coleção do BRASIL utilizei folhas da Leuchturm, e no caso do Império, selos novos, folhas de um álbum emitido pela RHM com base em folhas em branco da Lindner. Esse projeto correu muito bem, até que cheguei às séries da emissão "Vovó" à qual, até então, eu não dera muita importância quanto a sua correta classificação
Devido à montagem do album nos moldes a que me propus, decidi classificar corretamente, na medida de minha capacidade, os selos que possuo dessa emissão.
Devido a ess longo período, 1927 a 1946, a quantidade de selos emitidos foi muito grande, o que ocasionou inumeras variedades de filigrana, papel, picote, cores. Em qualquer loja ou barraquinha de feira filatélica consegue-se comprar pacotes desses selos, até novos, por valores irrisórios.
Claro que os selos de grande valor, por sua raridade, não se encontram nesses pacotes. Mas muitos filatelistas dedicam-se a identificá-los quase que numa "caça ao tesouro". E acabam, em sua maioria, por encontrar alguns de bom valor de catálogo, até mesmo de valor comercial.
Para a correta classificação dos selos deve ser seguida uma rotina de acordo com os critérios de cada pesquisador. No meu caso, entendo que a primeira tarefa deve ser sua separação por valor facial cor e motivo, o que exceto pela grande quantidade, não é tão complicado assim, claro que com base em um bom catálogo, como o RHM, que por ser brasileiro é mais detalhado.
Concluída esta etapa, parece-me ser mais importante a identificação da filigrana. E é aí que "a porca torce o rabo". Algumas das filigranas, como a "Casa +" sãoidentificadas a olho nú, contra a luz solar ou artificial. Mas algumas como, por exemplo, as filigranas "Correio * Brasil" e "Correios * Brasil - letras menores", são dificeis de diferenciar entre si.
Com certeza, o modo mais fácil de identifcar as filigranas "dificéis" é com o uso da benzina, ou hexano, encontrado nas boas lojas de produtos quimicos que tem autorização de venda a filatelistas, uma vez identificados. Mas é um processo que pode trazer alguns problemas momentaneos à saude, pela aspiração dos vapores ou então pelo contato com a pele ou mucosas, durante a manipulação. Há que ter-se muito cuidado nesse manuseio, principalmente para quem tem problemas respiratórios.
Por esse motivo, venho tentando encontrar métodos alternativos de verificação da filigrana dos selos. Já adquiri uma maquineta alemã, que tem toda a condição para peças pequenas, mas que no caso de selos brasileiros não é muito eficiente. Tentei álcool isopropílico, menos impactante do que o Hexano com relação à saúde, mas em alguns casos verifiquei alteração da cor do selo.
Finalmente, após algumas tentativas com emissores de luz, cheguei à conclusão de que aquelas placas com iluminação de led e vidros leitosos é uma boa opção para a identificação das filigranas mais visiveis. Colocadas sobre uma superficie, com o uso de uma folha escura com aberturas adequadas ao tamanho do selo, permitem até a fotografia da filigrana, embora a verificação visual direta seja mais nítida do que a fotográfica, talvez pelo pouca qualidade do meu equipamento fotográfico.
Usando o link a seguir, pode ser visualizado um arquivo mostrando esse equipamento e seu uso:
Para o filatelista iniciante, é dificil memorizar o aspecto das diversas filigranas, o que me levou a quase destruir o catálogo RHM 2013, devido à necessidade de revirar rápidamente as páginas referentes a esta emissão, nas tentativas de manter visível a filigrana do selo colocado no filigranoscópio. Contudo, frequentemente tive que usar outra - ou outras - doses do produto, que evapora rapidamente, para identificá-la corretamente..
Por isso, decidi montar tabelas que me permitissem dispor instantaneamente das imagens das filigranas possíveis em cada valor dos selos, no momento em que essa imagem aparecesse no selo colocado no filigranoscópio e aplicado o hexano.
Depois de diversas tentativas, verifiquei que a melhor opção seria a de preparar uma tabela para cada valor. Fiz isso, levando em consideração apenas o que considero ser o selo-tipo, sem preocupação com variedades indicadas no catálogo RHM geralmente com uma letra após o número de ordem. Já realizei vários testes e parece-me ter confirmado ser esta uma opção satisfatória.
O acesso a cada tabela, montada com base em descrições, nomenclatura e outros dados, exceto valor de catálogo, constantes dos catálogos RHM 2013 e 1995 e nas imagens das filigranas constantes do catálogo MICHEL, pode ser realizado clicando-se nos links a seguir:
Aproveitei a oportunidade para indicar também os números de catálogo Yvert, Michel, e Scott, por serem, dos estrangeiros, os mais utilizados em nosso meio.
É possível, ou melhor, altamente provável, que as tabelas possuam algum erro ou omissão. Agradeço comunicarem-me aqueles que os encontrarem para que eu possa efetuar as devidas correções. Para isso, agradeço enviar e-mail para jalbertocs@selosefilatelia.com.
Com relação às "variedades" classificadas com letras no catálogo RHM, estou estudando a melhor maneira de incluílas nas tabelas ou criando tabelas novas para essas "variedades" ocasionadas pelo tipo de papel ou pela disposição vertical ou horizontal da filigrana.
Mais recentemente, tive noticia de um "Album" preparado pelo filatelista Roberto Aniche, da SPP, para acondicionar todos os selos regulares a partir da série Alegorias Republicanas (10/11/1906-1917). Na parte relativa aos selos desta emissão, são listadas,inclusive, as variedades indicadas no catálogo RHM.
O album indica os números constantes do catálogo enciclopédico do RHM, emitido em 1994/955 em vários volumes, sendo que o Volume II, 1890 a 1966, inclui as imagens coloridas dos selos regulares. Posteriormente, quando da edição de novos catálogos, ocorreram alterações na numeração de alguns desses selos, havendo, portanto, algumas discordâncias de numeração entre as tabelas que preparei e o album em questão.
O Album pode ser acessado através do seguinte link:
Agradeço ao Dr. Aniche a autorização para colocação do link.